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domingo, 14 de julho de 2013

O milagre da fecundação

O início de uma nova vida parece um acontecimento mágico, quase sobrenatural. Na verdade tem muito de prodigioso, mas não é algo que acontece por acaso. Os órgãos sexuais masculinos e femininos estão perfeitamente preparados para levar a cabo com êxito a tarefa de conceber e trazer um filho ao mundo. Este novo ser é o produto da união de duas células, uma proveniente da mulher (o óvulo) e outra do homem (o espermatozóide).

O que é o óvulo?

Ao chegar à puberdade, o corpo da rapariga começa a experimentar mudanças que se repetem a cada 28 dias. Estas transformações são causadas pelo aumento da produção de duas hormonas, a FSH e a LH, que chegam aos ovários através do sangue. Estas hormonas são importantes, pois permitem que cada um dos ovários produza, alternadamente e a cada mês, um óvulo maduro, isto é, fecundável. Esta célula é expulsa do ovário, até à trompa de falópio, o canal que liga o ovário com o útero. O processo é conhecido por ovulação.
O óvulo é transparente, esférico e mede uma décima de milímetro. É composto por um núcleo, que contém a informação genética feminina (23 cromossomas); um citoplasma, que rodeia o núcleo e serve ao óvulo de reserva para poder sobreviver até chegar ao útero e ser fecundado; e uma membrana gelatinosa, a camada exterior que o cobre e protege. Quando abandona o ovário, o óvulo tem uma vida média de 12 a 24 horas.
Ainda que não tenha capacidade de movimento por si só, deslocasse graças a impulsos musculares da trompa de falópio e à ajuda de cílios vibráteis existentes na mucosa deste canal.



O que é o espermatozóide? 

Quando o rapaz alcança a puberdade, os seus testículos começam a segregar testosterona, uma hormona que estimula a produção e amadurecimento dos espermatozóides. No interior dos testículos, produz-se também uma pequena quantidade de líquido seminal (sémen), que contém substâncias nutritivas para os espermatozóides. 
Uma vez que estes se tenham desenvolvido (podem demorar entre duas a três semanas), são armazenados num canal anexo (epidídimo), à espera de serem expulsos. Os espermatozóides não estão sujeitos a nenhum ciclo, como acontece com os óvulos. Os testículos "fabricam-nos" de forma contínua (até vários milhões por dia). 
Um espermatozóide maduro é formado pela cabeça, onde se encontra o núcleo, ou seja, toda a informação genética masculina (23 cromossomas); e um flagelo, espécie de cauda, que lhe serve para se deslocar. Mede cinco centésimas de milímetro e avança entre dois a três milímetros por minuto. 
O sémen que o homem expulsa ao ejacular contém aproximadamente 200 milhões de espermatozóides. Estes, uma vez depositados na vagina durante o coito, atravessam o útero e chegam às trompas de falópio em duas horas. Ali, podem sobreviver entre dois a três dias. Quando um espermatozóide consegue alcançar o óvulo e penetrá-lo, dá-se a fecundação. Da união de ambos nasce a primeira célula do futuro bebé (chamada zigoto ou ovo) que contém uma informação genética própria e única.
O processo é o seguinte: o espermatozóide consegue atravessar a camada externa do óvulo e entrar. Ao fazê-lo, perde a cauda e o seu núcleo aumenta e funde-se com o da célula feminina. Neste momento unem-se os 23 cromossomas femininos e os 23 cromossomas masculinos, necessários para formar o novo ser. Cada cromossoma da célula paterna forma um par com o seu homólogo materno. Desde esse momento, os caracteres genéticos do futuro bebé estão perfeitamente definidos.
É a partir de agora que o ovo pode encaminhar-se até ao útero em busca de um lugar onde nidificar. No caminho, o zigoto sofre sucessivas divisões celulares, até chegar a converter-se num conjunto celular complexo, chamado blastocisto, do qual mais tarde sairá o embrião.
Entretanto, o ovário produziu progesterona que, junto com os estrogénios (segregados no início), prepara o endométrico (as paredes internas do útero), para acolher o óvulo fecundado. A acção conjunta destas hormonas faz com que o endométrio aumente de grossura, esteja melhor irrigado e seja enriquecido por substâncias nutritivas. 
Quando o óvulo fecundado finalmente se implanta (regra geral, na parte superior e central do útero), começa um novo processo, tão fascinante e mágico como este, que se prolongará até que o embrião, depois convertido em feto, complete o seu desenvolvimento. Este processo durará em média 37 a 40 semanas, ou seja, nove meses.

O que é a ovulação

A cada 28 dias, aproximadamente, crescem no ovário uma centena de folículos que contêm no seu interior óvulos diminutos. Contudo, apenas um deles conseguirá amadurecer e ser expulso desde o ovário à trompa. Este complexo processo, que ocorre de forma alternada em cada ovário, tem o nome de ovulação. Depois do coito, os espermatozóides depositados na vagina ascendem com rapidez através do útero. O seu objetivo é alcançar o quanto antes a trompa, onde se encontrarão com o óvulo preparado para ser fecundado. 


Encontro entre o óvulo e o espermatozóide 

Dos vários milhões de espermatozóides que entram na vagina, apenas algumas centenas chegam ao óvulo, cercando-o por completo.
Desses, apenas um conseguirá introduzir-se no interior da célula feminina e fecundá-la.


O sexo do novo ser

Óvulo e espermatozóide contêm, cada um, um único cromossoma sexual; a união de ambos forma um par que vai determinar o sexo do feto. O óvulo é sempre portador do cromossoma X, enquanto o espermatozóide, pelo contrário, pode ter um cromossoma X ou Y.
Assim, quando o óvulo é fecundado por um espermatozóide X, a combinação resultante (XX) dá lugar a uma menina.
Pelo contrário, se o espermatozóide for portador de um cromossoma Y, o embrião (XY) será rapaz.


Um ou mais

Quando um óvulo fecundado se divide em dois zigotos, dá lugar a dois gémeos idênticos.
Se ovário larga dois óvulos e estes forem fecundados por dois espermatozóides distintos, formar-se-ão dois gémeos não idênticos (falsos).

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